Disco celebra o amor, o otimismo
e a liberdade
e homenageia o Rio de Janeiro, Cesária Évora e Frida Kahlo
e homenageia o Rio de Janeiro, Cesária Évora e Frida Kahlo
A cantora Euterpe inicia 2015
lançando o CD Batida Brasileira 2, o segundo de uma trilogia com a qual
a artista promove a valorização da música popular brasileira, privilegiando o
trabalho dos compositores da região Norte do Brasil. O novo CD foi escolhido
como “Disco do Mês” de janeiro pelo blog Som do Norte, podendo ser
ouvido em www.somdonorte.com.br.
As faixas podem ser baixadas no Soundcloud.
Neste segundo disco, Euterpe se
reafirma excelente intérprete, com timbre agradabilíssimo e afinação perfeita.
Como compositora, expande as fronteiras de seu som, ao dialogar com o universo
pop em músicas como “Alguém” e “Loura Linda” (ambas parcerias com Eliakin
Rufino; a última remete ao Jorge Ben dos anos 1970, tanto por seu ritmo
contagiante quanto pela letra em que uma mesma expressão inicia uma sequência de
versos – o seu cabelo é ouro/ o seu cabelo é belo/ o seu cabelo é louro/ é
lindo esse amarelo”). Outra composição com ritmo contagiante é o samba
“Coração Campeão” (também parceria com Eliakin). Em “Fico com o presente”, a
melodia pouco extensa exprime à perfeição a valorização do tempo presente,
apontado como superior ao passado e ao futuro na letra de Eliakin Rufino. Já em
“Viola goiana”, Euterpe renova a parceria com o poeta Gilberto Mendonça Telles,
iniciada no CD anterior.
Euterpe também estreia no álbum
como letrista, sendo sua a versão para o francês do poema de Odara Rufino
“Oiseau noir”, dedicado à pintora mexicana Frida Kahlo, que sempre se manteve
otimista apesar dos inúmeros percalços pelos quais passou. Outra homenageada,
em “Casa de Cesária”, é a cantora Cesária Évora, de Cabo Verde; na letra,
incorporando vocábulos do dialeto crioulo cabo-verdiano como “cretcheu” (pessoa
muito querida), Eliakin Rufino descreve a sensação de visitar a casa onde a
artista viveu em Mindelo, em março de 2012; Cesária falecera três meses antes.
A sintonia com o mundo é um traço
marcante do disco, que consegue ser uma expressão regional sem jamais cair em
clichês regionalistas. Mesmo na faixa de abertura, “Sertão das águas” (Milton
Nascimento – Ronaldo Bastos), não há apenas bucolismo nas referências a
igarapés, matas e seringais; a letra roga que não venha o fogo queimar/ nem
trator correr arrastar/ pra que a vida queira pulsar e correr. Milton
lançou “Sertão das águas” em seu LP Txai (1990), parcialmente gravado no
Acre e em Rondônia. Robertinho Silva, que faz participação especial nesta
faixa, também estava presente na gravação original.
Outro traço marcante do CD é o
otimismo, seja no samba-exaltação “O Rio é mar”, homenagem ao Rio de Janeiro,
seja ao falar de amor em “Alguém” ou na já citada “Coração Campeão” (toda as
três de Euterpe e Eliakin Rufino) – nesta, ao amor se soma a liberdade
individual (“deixei você com a corda solta/.../deixei você independente”),
tema constante na obra poética e musical de Eliakin e que igualmente comparece
em “Vagabundo”, poema de Álvares de Azevedo publicado em 1853 e musicado pelo
compositor amapaense Naldo Maranhão; nesta faixa, Euterpe realiza uma das
melhores interpretações do CD, com destaque para o fraseado quase falado da
última estrofe do poema.
Natural de Boa Vista, Roraima,
Euterpe começou a cantar aos 11 anos no Coral Canarinhos da Amazônia,
participando de três CDs do grupo. De 2003 a 2006, morou em Manaus, sendo
destaque na cena musical da cidade. De volta a Boa Vista, venceu diversos
festivais e recebeu o Prêmio Produção do Projeto Pixinguinha, que resultou na
gravação do primeiro Batida Brasileira (2009). Em 2011, fez turnê de lançamento
do disco em todos os estados da Amazônia Legal e no Rio de Janeiro através do
circuito SESC Amazônia das Artes. Regularmente apresenta-se em shows e
festivais, já tendo dividido o palco com Leila Pinheiro, Eliakin Rufino e Elisa
Maia, entre outros.
Batida Brasileira 2 foi gravado nos dias 14 e 15 de
outubro de 2013, no estúdio Umuarama, no Rio de Janeiro, com direção musical de
Ney Conceição, produção executiva de Jeferson Ghol, e tendo Ricardo Calafate
como engenheiro de som. A direção artística coube ao poeta Eliakin Rufino. A
ilustração da capa do disco é de Odara Rufino. Três músicos estão presentes em
todas as faixas: o baixista Ney Conceição, também autor dos arranjos; o
tecladista Luiz Otávio Paixão e o baterista Lúcio Vieira. Também
participaram das gravações: José Arimatéa (trompete), Marlon Caldeira
(trombone), Mestrinho (acordeon), Robertinho Silva (percussão) e Victor Lopez
(guitarra portuguesa). O disco se destina ao mercado nacional e internacional e
tem o patrocínio da empresa Carmen Steffens, viabilizado através da Lei de
Incentivo à Cultura do Estado de Roraima.
Fabio Gomes
janeiro de 2015
janeiro de 2015
Saiba mais:
- Leia a entrevista de Euterpe ao blog Som do
Norte sobre o novo CD aqui!
- CD no Soundcloud aqui!
- Ouça o primeiro CD da trilogia Batida
Brasileira, de 2009 aqui!
Fabio
Gomes
Telefone: 96-98124-9871
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com a artista
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